Por Fernando Brito
Finalmente a Sabesp, ainda que continue fugindo da falar em
racionamento, assume na prática que está havendo um, sistemático e com hora marcada, para quase todos os moradores de São Paulo.
É o 195, o “Disque-Seca”, telefone pelo qual os paulistanos
ficam sabendo a que horas não vai entrar água em suas caixas d’água e o horário
em que ela vai voltar a ser fornecida.
Ou seja: qual é o período de racionamento.
Embora o repórter não do Estadão perceba, no meio de sua
matéria há a primeira informação numérica de quanto está havendo de redução do
consumo por corte, não por atitude dos próprios consumidores economizando água.
E o número é este: 60% do que se gasta a menos é provocado
por falta d’água, não por “consumo consciente”.
Como a redução do fornecimento de um ano para cá chega a 15
ou 16 litros por segundo, 60% disso representam perto de 10 mil litros por
segundo, ou 850 milhões de litros por dia.
Quer tornar isso concreto? Essa quantidade de água
corresponde 85 mil caminhões- pipa, todos os dias. Uma fila de veículos que iria e voltaria toda a distância entre
São Paulo e Curitiba.
Este é o tamanho da “restrição hídrica” do governador
Geraldo Alckmin.
Que a seca é grave, gravíssima, ninguém deixa de reconhecer
e, ontem, aqui se mostrou a dramática restrição das chuvas.
Mas não é possível que 15 ou vinte minutos de queda de
energia elétrica num dia sejam um escândalo e 18 horas sem água todos sejam
“coisa da vida”.
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