“Requiem para uma feira
-Somente a natureza amanheceu
chorando. Na praça principal, a azáfama da feira-livre se repetia como toda
segunda-feira. Ninguém diria, se não soubesse, que aquela seria a última feira
ali, depois de uns duzentos anos!
E ali a feira se despedia sem
solenidade. Como um general que ganhou a guerra e se aposenta sem querer
receber nenhum louro. Como um filósofo que sabe serem essas coisas efêmeras. O
que vale é o registro histórico.
O tempo chorou, mas sabemos
que amanhã é um novo dia. E o sol nascerá radioso, brilhante. Logo, a feira não
se acabou. Apenas mudou de local. Um local que ainda está meio escondido pois
lhe faltam as vias de acessos projetadas e
a visão psicológica de quem chega na praça e não a vê...
(do artigo de Franklin Machado na edição 8133 de quarta-feira, 12 de janeira sobre a última feira-livre, no dia 10 de janeiro de 1977)


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