sábado, 24 de janeiro de 2015

LIDAMOS COM CANALHAS. MAS AGIMOS COMO ANJOS

Por Fernando Brito
Um dia, lidando com uma pessoa de mau-caráter, pedi a orientação de um renomado (e decentíssimo)  advogado criminalista sobre ameaças  que vinha ouvindo em telefonemas.
- Grave, disse ele.
Objetei que isso era coisa de bandido, que não faria isso.
Ele, com pesar mas com a experiência de quem tem de enfrentar a realidade, disse-me:
- Brito, não aja como santo quando lidar com bandidos.
Não é preciso dizer que não gravei e passei por alguns maus bocados por não  ter feito isso.
A história veio-me à memória quando vi o Facebook do Palácio do Planalto ter de publicar um desmentido sobre Dilma Rousseff ter “decretado” luto oficial pela morte do brasileiro fuzilado na Indonésia por tráfico de drogas.
A atitude correta, do ponto de vista humano e diplomático de pedir a comutação da pena de morte de  Marco Archer Cardoso Moreira foi transformada, por algum canalha, na exploração de termos decretado luto oficial por um traficante.
Um desrespeito, por incrível que pareça, até mesmo ao morto.
Mas o que esperar num país que endeusa bandidos e, assim, endeusa o banditismo, desde que ele forneça frutos políticos?

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