Por Fernando Brito
Andou saindo na Internet que a grande dama do teatro
brasileiro, Fernanda Montenegro, tinha sido incluída numa lista histórica de
indicados ao Oscar como “não-branca”.
Não é boato da rede, está mesmo aqui, na publicação do
badaladíssimo Huffington Post, uma espécie de “modelo” de jornalismo
empresarial na web.
Na verdade, num “asterisco” de “esclarecimento” (ou seria de
“clareamento”) a publicação diz que Benício del Toro e Jennifer Lopez foram
para o gueto cromático por terem ascendentes espanhóis.
Tenho certeza que Fernanda adorou a história e é capaz de
ter brincado:
– Gente, será que foi pelo negro no final do sobrenome?
Ou ter repetido os versos do Caetano – “Tava em Madureira, tava
na Bahia/No Beaubourg no Bronx, no Brás/ e eu e eu e eu e eu/A me perguntar: Eu
sou neguinha?” - mas é triste ver que a discriminação racial (e nacional) dos
americanos chega a este ponto.
Que a mentalidade Wasp – white, anglo-saxon, protestant –
segue firme nas terras do Tio Sam.
E na indústria americana do cinema, a que mais mexe com
mentes e corações em todo o mundo.
Como diz o veterano jornalista Nilson Lage, latinos, “do
ponto de vista espontâneo dos americanos, (os latinos) são raça inferior, tanto
quanto negros e muçulmanos, e que, portanto, (para eles) faz todo sentido incluir Fernanda Montenegro
na relação dos não-brancos.
Os nossos coxinhas que sonham com um greencard, a Flórida e
outras “delícias” do paraíso norte-americano que se conformem.
Vão ser “neguinhos”…que horror!
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