Exceto por intervenção divina, o que não parece ser o caso
(apesar de dizerem que o Altíssimo tem cidadania brasileira) não há possibilidade
de que a verdade venha a tona enquanto tivermos o país tomado por um escândalo
cujos fatos, essencialmente, não são de conhecimento de ninguém, exceto um
pequeno grupo.
O sigilo de Justiça, que não é algo desarrazoado, tem duas
finalidades: preservar a imagem e a honra pública das pessoas (razão pela qual
até em triviais casos de divórcio é aplicado) e permitir o desenvolvimento de
investigações.
Até uma criança veria que, a esta altura, ele não se presta
nem a um nem a outro fim.
Porque honras e reputações estão ao sabor do que um anônimo
agente de polícia disse que algum dos acusados ou interrogados disse – sabe-se
lá se disse ou se não disse – e que os jornais repercutem da forma que
quiserem.
Ontem mesmo, o depoimento de um dos detidos, onde ele não
fazia senão negativas de irregularidades, virou, na manchete do Estadão, uma
acusação a partidos nominados e outros – definidos como “alguns” – que não
interessou ao jornal identificar. E, ainda que a estes e a outros tenham havido
transferências ilegais de dinheiro, o que se falou referia-se às legais.
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