Por Fernando Brito
Que Marina Silva tem o direito de pretender ser a candidata
do grupo que apoiava Eduardo Campos, não há nada a discutir.
Quanto ao direito do PSB de avaliar se alguém que entrou no
partido como “carona” possa representá-lo, também não há questionamento moral
possível.
A democracia se exerce, aliás, através dos partidos.
Mas a mídia brasileira, com seu já agora ostensivo apetite
político, tomou a frente do processo e, como um bando de urubus, se arroga dona
do corpo morto de Eduardo Campos e chama Marina Silva para ser não uma
candidata a Presidente, mas a amazona dos despojos do ex-governador de
Pernambuco.
O Globo “acusa” Lula e Dilma de terem telefonado ao
presidente em exercício do PSB, Roberto Amaral.
Meu Deus, quem é o dirigente maior dos socialistas, na
ausência de Eduardo Campos, a quem, senão a ele, deveriam dirigir, além do
pesar à família Campos, as condolências e o diálogo político?
Como uma matilha de lobos, o time de colunistas políticos do
jornal é mobilizado para “exigir” Marina, como se fosse papel dos jornais
deliberar pelos partidos políticos que, repito, tem o direito e o poder legal
de escolherem ou não a ex-senadora como seus representantes eleitorais.
Mas pior, muito pior, é o que faz, de forma indecente e
mórbida, a colunista da Folha, Eliane Cantanhêde.
Dá a impressão de que saliva de prazer ao imaginar a mais
mórbida exploração eleitoral do cadáver de Eduardo Campos
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