no Observatório da Imprensa:
Credibilidade, no dicionário Aurélio, é a “qualidade do que
é crível”, isto é, “que se pode crer, acreditável”. É uma construção, tanto
para pessoas como para instituições e, claro, tem a ver com compromisso
reiterado com a verdade e coerência, no longo prazo.
A palavra escrita (não necessariamente, impressa), no correr
dos séculos, carrega com ela uma enorme credibilidade. Os judeus atribuem um
valor mágico à escrita. A Palavra (“No princípio era o Verbo”) foi ditada diretamente
de Deus a Moisés. Os muçulmanos têm a fórmula “Maktub” ou “Maktoob” (estava
escrito) para justificar o destino. Tanto uns quanto os outros usam patuás ou
amuletos (pequenas trouxas costuradas de couro ou pano) contendo trechos da
Torá ou do Alcorão para proteção divina. Para a escola do positivismo jurídico,
desde Bentham até Kelsen, vale a norma que está escrita. Os direitos só se
efetivam se estiverem codificados, se forem escritos como leis. Ademais, o que
está escrito pode ser mais facilmente confrontado com os fatos e, supõe-se,
quem escreve não quer correr o risco de ser flagrado na mentira.
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