Enviado por Lair Amaro
Era uma vez uma menina. Era uma vez uma menina negra. Era
uma vez uma menina negra que queria ter cabelo amarelo “cor de biscoito
Fandangos”. Até que um dia esta garotinha ganhou de presente uma boneca negra.
E, então, naquele momento, aconteceu uma verdadeira epifania!
A criança da nossa história se viu projetada em sua boneca.
Ao contemplar o gracioso bebê negrx de vestido lilás claro, aquela criança se
entendeu negra pela primeira vez. Conseguiu enxergar-se bela através da imagem
refletida pela bonequinha! Mais ainda, inconscientemente, aquela garotinha
notou que suas características físicas eram bonitas e merecedoras de serem
copiadas.
Não preciso dizer que a ideia do cabelo “amarelo” foi
sumariamente descartada!
De lá pra cá, nunca mais senti necessidade de ter cabelos
loiros. Não porque – em si – pintá-lo seja algo bom ou mau. Nada disso. O fato
é que a vontade de ter o cabelo na cor “de biscoito Fandangos” – era assim que
eu falava quando era criança – se dissipou na medida em que descobri, com a
ajuda daquela boneca, a beleza existente na cor do meu próprio cabelo.
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