Por: Fernando Brito
Deprimente o gesto do senador Aloísio Nunes Ferreira, líder
do PSDB, de assinar e depois riscar seu nome na lista para a criação de uma CPI
para apurar a corrupção na compra dos trens do Metrô e da CTPM paulistas.
Dizer que assinou “por engano” depois de seu chefe, Aécio
Neves, ter feito farol dizendo, no plenário, que iria assinar o requerimento é
de total indignidade.
Ferreira já tinha protagonizado cenas deploráveis, ao partir
para a agressão verbal – e quase à física – um rapaz que lhe perguntar porque
os tucanos enterraram todas as CPIs em São Paulo.
Vai o senador querer agora posar de moralista na CPI da
Petrobras, quando sua honradez e vigilância do uso do dinheiro público tem
rigor seletivo?
Não adianta, agora que o requerimento tem número para ser
apresentado, retroceder do retrocesso e assinar.
Um homem que não sustenta sua assinatura não tem estatura
moral para julgar atos alheios.
Mais ainda no Senado da República, onde nem seria preciso
sequer assinar para estar preso ao compromisso, deveria bastar a palavra.
Mas para o tucanato paulista uma CPI do Metrô é mortal.
Porque detona o seu leito, seco leito, paulista e expõe ao
país um esquema de mais de uma década de desvio de recursos, que vai muito além
de um ou dois homens que se corrompam, mas revela uma fonte farte e permanente
de dinheiro ilegal.
E mostra quem quer apurar e quem quer esconder.
PS. A propósito do episódio em que o grão-tucano paulista
manda para “a puta que o pariu” um rapaz que lhe pergunta como foi que os
tucanos enterraram dezenas de CPIs em São Paulo, não deixe de ler a carta de Rodrigo Viana, o Escrevinhador a Aloísio, em que, com todos os bons modos e
delicadezas, o questiona “por que o PSDB quer CPI em Brasília, mas não admite
CPI em São Paulo”. Simples assim.
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