segunda-feira, 3 de março de 2014

TRIUNVIRATO DO CARNAVAL CARIOCA: BRIZOLA, DARCY E OSCAR NIEMEYER

Por Jota A. Botelho

Inaugurado em 1984, durante o mandato de Leonel Brizola, o conjunto arquitetônico de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, tinha por objetivo dar a cidade do Rio de Janeiro um local permanente para a os desfiles anuais das escolas de samba. Sua estrutura, construída com concreto pré-moldado, possui 700 metros e capacidade, atualmente, para aproximadamente 90.000 espectadores. Em sua passarela desfilam cerca 50.000 pessoas por noite. Pois é, nesse clima de folia o blog do PET Civil vem contar para você um pouquinho sobre a história da  Passarela do Samba que é o palco do carnaval carioca, um desfile de sonhos e um dos maiores símbolos de festa e cultura nacional. Esse Sambódromo que é popularmente conhecido como Marquês de Sapucaí, por estar situado na rua de mesmo nome, tem como verdadeiro nome Passarela Darcy Ribeiro.
Até 1983 os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro eram realizados em instalações provisórias. Era preciso que todos os anos a estrutura para a festa fosse montada e após seu fim recolhida, o que gerava altos gastos com material e trabalhadores. Foi na intenção de economizar que nasceu a ideia de erguer o Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Ele foi construído em tempo recorde (menos de 1 ano) no centro do Rio de Janeiro, junto a Praça Onze.
Foto: Brizola, Oscar e a maquete da Passarela Darcy Ribeiro  
Obra inicial da Passarela Darcy Ribeiro
Passarela Darcy Ribeiro antes da reforma
Obra final – Passarela Darcy Ribeiro
Brizola e Darcy Ribeiro no desfile de inauguração do Sambódromo
Brizola e Darcy Ribeiro no 1º. desfile do Sambódromo, em 1984
 A charge aí em cima, publicada pelo O Globo, era apenas um pequeno retrato da sabotagem. Brizola era o Odorico Paraguassu e o Sambódromo o cemitério de Sucupira, jamais inaugurado por falta de mortos, como mostra a imagem da primeira página do jornal, guardada pelo querido amigo Ápio Gomes. A passarela ia cair. Quando não caiu, disseram que ninguém conseguiria ouvir o samba, por causa do eco. Que a pista ia afundar, porque havia – e há – um rio passando abaixo. E, pasmem, a Globo abriu mão dos direitos de transmissão. O Carnaval do Rio não ia passar na TV. Os ingressos encalharam, acredite se quiser. Brizola, então,convocou todos os secretários, presidentes de empresas públicas, assessores  e maçanetes de todo o calibre para uma reunião, no auditório do Instituto de educação, na Tijuca. E transformou todos em vendedores de ingressos. Cada um tinha uma cota para vender, senão, rua. E a coisa andou. A recém criada TV Manchete assumiu a transmissão, seu maior sucesso de público. Às vésperas do Carnaval, perguntaram ao senhor Carlos Átila, então porta-voz do General João Figueiredo, o que ele achava da Passarela do Samba. Átila não respondeu, mas cantarolou uma velha marchinha de Emilinha Borba, dos anos 50: “tomara que chova, três dias sem parar”. Não choveu, a Passarela lotou e o povo desceu das arquibancadas em delírio, desfilando com a Mangueira o  seu inesquecível “Yes, nós temos Braguinha” e o seu “é no balancê-balancê”… 30 anos depois, os Sambódromos se espalharam pelo país, um sucesso. (...) "


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