Por Fernando Brito,
no blog Tijolaço:
A História é um longo, infinito rio, que corre manso, faz
curvas, precipita-se veloz, em torrentes, some em cavernas e todos julgam ter
se findado, mas logo ali reaparece.
Os pretensiosos vivem a ilusão de que este rio tem nascentes
neles próprios ou que, mesmo tendo brotado de outras fontes, só neles se tornou
caudal.
Vã idade, a que nos faz ingênuos assim, por excesso de
juventude ou arrogância senil.
Porque a história, mais poderosa que os homens, define-se
menos pelos papéis humanos e mais pelo papel que estes homens terão.
Por isso, recolhi este artigo do Nelson Paes Leme,
observador de longo curso da cena brasileira, que diz coisas que há alguns anos
poderiam ser julgadas exageros de um pensamento ultrapassado e hoje,
estranhamente, tornam-se claras a quem observa o nosso processo político.
Longe de servir apenas para proclamar a longevidade da
direita, serve para dar à nossa luta a única infinitude possível, a dos elos de
uma corrente que atravessa os tempos, um processo social que dá ombros e
prossegue, indiferente aos que acham que o reinventaram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário