Revivendo os velhos carnavais
Por Jota A. Botelho
RIO - Historiador, genealogista e prestes a se formar em
Museologia, o carioca Carlos Eduardo Barata resolveu somar seus conhecimentos
profissionais para traçar a árvore genealógica do carnaval de rua do Rio. O
resultado é uma série de vídeos, intitulada “100 anos de Carnaval - 1912 -
2012”, que reúne fotos e filmes (documentários e ficcionais) da folia na cidade
nas primeiras décadas do século passado. Por enquanto, Barata já disponibilizou
no YouTube o material de 1912 a 1949. Ainda este ano, vai publicar o resultado
de suas pesquisas sobre a festa popular nos anos 50. Para 2014, a meta é chegar
até 1970.
— Toda vez que eu publicava imagens antigas da cidade na
minha página do Facebook, alguém perguntava se eu tinha material de carnaval.
Resolvi, então, buscar essa iconografia — diz ele que, desde a infância, gostava
de observar a movimentação dos foliões. — Ficava na janela esperando a Banda de
Ipanema passar.
Jornais e revistas antigos - como “Revista da Semana”,
“Fon-Fon” e “Careta” - foram a base da pesquisa. Para ilustrar as imagens, o
historiador buscou sambas e marchinhas dos mesmos períodos. E ainda usou cenas
dos filmes da Cinédia que tão bem retrataram o Carnaval. Cada vídeo, que tem
entre 20 e 30 minutos, levou, em média, duas semanas para ficar pronto.
O resultado? Bem, ver as escadarias do Teatro Municipal
lotadas de foliões, o cortejo de carros das Grandes Sociedades, as guerras de
confete e serpentina ou os bailes infantis com dezenas de piratas, ciganas e
baianas não tem preço. — Os vídeos mostram a força do carnaval de rua no século
passado. É um movimento muito semelhante ao que está acontecendo de uns anos
para cá, com o crescimento dos blocos e a redescoberta do prazer de sair
fantasiado. São imagens de anos maravilhosos na História da cidade — afirma o
pesquisador.
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