O editorial que parece indicar arrependimento por ter
apoiado o golpe de 64 não convence, porque não prova a conversão à democracia
A imprensa nativa não gosta de debater o jornalismo
brasileiro, e há mesmo “certa resistência da parte dos jornalistas em admitir a
legitimidade da análise de mídia”.
Essa constatação é do conceituado cientista político Marcus
Figueiredo (Iesp-Uerj), após analisar a cobertura dos principais jornais do
País sobre as eleições presidenciais e colher forte oposição ao trabalho, com o
qual mostra o tratamento negativo dado a Lula em benefício dos opositores.
O diagnóstico de Figueiredo casa com a declaração de Joaquim
Barbosa, em San José da Costa Rica: “O Brasil tem hoje três principais jornais
nacionais impressos, todos mais ou menos inclinados para a direita”, explicou o
presidente do Supremo.
Nesse caso, nada mais natural que, em 1964, todos eles
tenham aderido ao golpe contra o presidente João Goulart. MAIS
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