Serra se vincula a Lula na TV e PT se queixa no TSE
Em Josias de Souza
Numa ópera, como se sabe, nada se resolve antes da entrada em cena da soprano. A platéia sabe que o enredo só termina depois que a opulenta senhora canta.
Na campanha sucessória de 2010, dizia-se que o ápice seria o horário eleitoral televisivo. Começou faz dois dias.
Desde que José Serra passou a frequentar as pesquisas atrás de Dilma Rousseff, o eleitor esperava por um sinal.
A platéia aguardava por algo que informasse qual seria o final da trama. Imaginava-se que, como na ópera, o desfecho só viria no epílogo. Porém...
Porém, no espaço reservado à coligação de José Serra, a entrada da soprano foi, por assim dizer, antecipada.
A peça levada ao ar pela campanha de Serra na noite desta quinta (19) funciona como prévia do epílogo.
Serra aparece ao lado de Lula. Ao fundo, a voz do locutor: “Serra e Lula, dois homens de história, dois líderes experientes”.
Na sequência, um rosário de “realizações” de Serra. Entre elas, iniciativas que adotou como ministro da Saúde. Nenhuma menção a FHC, o presidente da época.
Mais adiante, a voz do locutor: "Serra, a vivência que a Dilma não tem". A cena teve o efeito de um solo de soprano.
A gorda, definitivamente, cantou. O sinal que o eleitorado esperava foi dado. Veio acompanhado de um ponto de exclamação.
O PT decidiu protocolar uma reclamação no TSE. O presidente da legenda, José Eduardo Dutra, ironizou:
"De dia o Serra esculhamba o governo, o PT e os petistas. De noite bota o Lula no seu programa. Na minha terra o nome disso é... deixa pra lá".
Eis o resumo da ópera: impossibilitado de confrontar a popularidade de Lula, Serra vende-se como pseudoaliado.
Apresenta-se como candidato ao legado daquele a quem deveria se opor. Vai à gôndola como uma espécie de genérico de Dilma.
Restou a impressão de que, no vácuo de cinismo a que se condenou a ex-oposição, qualquer coisa pode ser dita. Serra desobrigou-se de fazer sentido.
Os simpatizantes de Lula perguntarão aos seus botões: Ué, mas a candidata do homem não é a Dilma?
Aos defensores das vantagens da alternância de poder, restou a constatação de que, para Serra, de agora em diante tudo é epílogo.
A soprano cantou no segundo dia da propaganda eleitoral eletrônica.
Na campanha sucessória de 2010, dizia-se que o ápice seria o horário eleitoral televisivo. Começou faz dois dias.
Desde que José Serra passou a frequentar as pesquisas atrás de Dilma Rousseff, o eleitor esperava por um sinal.
A platéia aguardava por algo que informasse qual seria o final da trama. Imaginava-se que, como na ópera, o desfecho só viria no epílogo. Porém...
Porém, no espaço reservado à coligação de José Serra, a entrada da soprano foi, por assim dizer, antecipada.
A peça levada ao ar pela campanha de Serra na noite desta quinta (19) funciona como prévia do epílogo.
Serra aparece ao lado de Lula. Ao fundo, a voz do locutor: “Serra e Lula, dois homens de história, dois líderes experientes”.
Na sequência, um rosário de “realizações” de Serra. Entre elas, iniciativas que adotou como ministro da Saúde. Nenhuma menção a FHC, o presidente da época.
Mais adiante, a voz do locutor: "Serra, a vivência que a Dilma não tem". A cena teve o efeito de um solo de soprano.
A gorda, definitivamente, cantou. O sinal que o eleitorado esperava foi dado. Veio acompanhado de um ponto de exclamação.
O PT decidiu protocolar uma reclamação no TSE. O presidente da legenda, José Eduardo Dutra, ironizou:
"De dia o Serra esculhamba o governo, o PT e os petistas. De noite bota o Lula no seu programa. Na minha terra o nome disso é... deixa pra lá".
Eis o resumo da ópera: impossibilitado de confrontar a popularidade de Lula, Serra vende-se como pseudoaliado.
Apresenta-se como candidato ao legado daquele a quem deveria se opor. Vai à gôndola como uma espécie de genérico de Dilma.
Restou a impressão de que, no vácuo de cinismo a que se condenou a ex-oposição, qualquer coisa pode ser dita. Serra desobrigou-se de fazer sentido.
Os simpatizantes de Lula perguntarão aos seus botões: Ué, mas a candidata do homem não é a Dilma?
Aos defensores das vantagens da alternância de poder, restou a constatação de que, para Serra, de agora em diante tudo é epílogo.
A soprano cantou no segundo dia da propaganda eleitoral eletrônica.
Por Josias de Souza às 21h53
Nenhum comentário:
Postar um comentário