sexta-feira, 23 de julho de 2010

ÍNDIO, AGORA, APONTA PARA ELO "PT-COMANDO VERMELHO"

rgio Lima/Folha
Erroneamente, o jesuíta colonizador identificou em Tupã um deus indígena. Câmara Cascudo demonstraria mais tarde o equívoco.

Tupã não era, para os nativos, senão uma manifestação de Nhanederuvuçu, a verdadeira divindade indígena.

Na língua tupi, Tupã significa trovão. Seu efeito luminoso, o relâmpago, é o Tupãberaba. Fenômenos naturais que, por desconhecer, os índios temiam.

Pois bem. O vice de José Serra, silvícola de Ipanema, traz o índio enganchado no sobrenome por mero acaso, uma herança do avô.

Escolado, sabe como se formam as tempestades. Conhece as suas origens e os seus efeitos.

E escolheu frequentar a campanha de 2010 como um formador de nuvens.

Depois de vincular o PT às Farc e ao narcotráfico, o ‘demo’ Índio da Costa voltou a trovejar nesta quinta-feira (22).

Ele acompanhava o cacique Serra numa visita à aldeia do Rio de Janeiro. Súbito, estrondeou:

"A gente vive aqui no Rio de Janeiro, no meio de uma guerrilha urbana alucinada por conta do narcotráfico...”

“...Veja só: PT e as Farc. As Farc e o narcotráfico. O narcotráfico e o Rio de Janeiro, o Comando Vermelho, com indícios muito claros de relacionamento...”

“...Agora ela [Dilma] tem que dizer o que ela acha. Se ela acha que tem problema ou não essa relação".

A essa altura, as tempestades de Índio já não podem ser caracterizadas como espasmos ocasionais e esparsos.

A reiteração confere às nuvens uma aparência de estratégia. Coisa estudada, em combinação com o morubixaba da chapa.

Trata-se de uma aposta arriscada. Típica de quem já leva a sucessão em ritmo de tudo ou nada. Serra deveria se consultar com Nhanederuvuçu.

O deus da mitologia tupi-guarani, senhor dos trovões e dos relâmpagos, talvez recomende um ajuste no discurso tempestuoso.
. Escrito por Josias de Souza

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