quarta-feira, 28 de julho de 2010

ACOSSADO, SERRA ADMITE QUE NÃO INVENTOU GENÉRICOS


Em Josias Gomes

Um dos pilares da campanha de José Serra é a passagem dele pelo ministério da Saúde, sob FHC.

Desse período, Serra mais trombeteia, por exemplo, o medicamento genérico, mais barato que o remédio de marca.

No ano passado, o PSDB levou ao ar uma propaganda partidária que mencionava, em pé de igualdade, os genéricos, o Plano Real e o seguro desemprego.

Classificava as iniciativas como “conquistas” da legenda. No final da peça, disponível lá no alto, Serra dizia: “É isso que interessa pro nosso país. Levar benefício pros que mais precisam...”

Pois bem. Na semana passada, ao receber as sugestões do PSB para seu programa de governo, Dilma Rousseff foi ao calcanhar do rival.

Lembrou que foi o socialista Jamil Haddad, não Serra, quem criou os medicamentos genéricos. Deu-se na época em que Haddad foi ministro da Saúde de Itamar Franco.

Nesta terça (27), de passagem por Tocantins, Serra foi instado a dizer meia dúzia de palavras sobre o tema.

"Não fui eu quem inventei genérico”, admitiu o candidato. “Os genéricos, já existia a ideia. Eu nem sabia quando assumi o Ministério [da Saúde]".

Serra contou que o tucano Ronaldo Cezar Coelho, à época deputado, chamou sua atenção para os genéricos.

Depois, cuidou de aperfeiçoar a proposta, dando-lhe a forma que permitiu disseminar a distribuição dos genéricos.

Na página “Serra 43”, que propagandeia na web as realizações de Serra, os genéricos são apresentados como “uma vitória” do candidato.

Diz o texto: “Até 1999, só havia no mercado os remédios de marca. Quando Serra assumiu o Ministério da Saúde, isso mudou...”

“...Ele regulamentou a Lei dos Genéricos, que parte do princípio de que o que cura no remédio é o ‘ingrediente’, o princípio ativo, e não a marca”.

Nem sinal de Jamil Haddad. "O que não é possível é alguém chegar e dizer foi só eu que fiz. Não foi, na verdade", fustigara Dilma há seis dias.

Serra poderia ter dormido sem essa. Teve, de fato, papel de relevo na propagação dos genéricos. Porém, ao esquecer da paternidade, deu à luz a dúvida.
. Escrito por Josias de Souza
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