Por Fernando Brito
Os jornais destacam que o general Fernando Azevedo e Silva,
indicado por Jair Bolsonaro para o Ministério da Defesa, era assessor do
Presidente do STF, Dias Tóffoli.
Seria muito mais importante dizer que Azevedo e Silva estava
no STF por indicação pessoal do general Eduardo Villas-Boas, atual comandante
do Exército, até porque Tóffoli é, nesta história, quase que um
ajudante-de-ordens, agora que aceito 1964 no coração.
Como Villas-Boas disse, em sua entrevista publicada ontem,
que havia sugerido a Bolsonaro que o Ministério fosse entregue a um civil e o
general Augusto Heleno, homem forte do novo governo, repetia que procuravam
alguém da Marinha para o cargo, há duas hipóteses, uma certeza.
A primeira hipótese é a de que ambos os lados estivessem
dissimulando suas intenções.
A segunda é que Villas-Boas tenha sinalizado a Bolsonaro,
com suas declarações aparentemente desnecessárias (a esta altura) que Azevedo e
Silva pudesse ser a ferramenta de um “soft power” (nem tão soft) da caserna
sobre o Judiciário e que sua indicação seria capaz de evitar rachas entre a
linha-dura militar e a ala remanescente dos “cerebrados” da Força.
Não creio que o arranjo possa ter saído sem a bênção do
próprio Augusto Heleno.
A certeza, claro, é a de que o ex-capitão, assim, “fecha a
porteira” do Alto Comando do Exército, colocando diretamente sob sua autoridade
todas as potenciais alas do Exército.
Ou que, ao contrário, todas as correntes do Exército, agora,
têm um governo para chamar de seu.
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