Por Fernando Brito
O colunista Bernardo de Mello Franco, na Folha de hoje, é
muito gentil ao dizer que “a nota em que a oposição defende o afastamento de
Eduardo Cunha merece o prêmio Me engana que eu gosto de 2015.
É pior que isso: o prêmio é o da cafajestada do ano.
Assinar uma nota defendendo o afastamento de Cunha da presidência da Câmara, mandar distribuir à
imprensa e sair dali direto para a casa dele e “combinar” a votação da abertura
da ação de impeachment contra Dilma é algo que só se pode esperar de gente cínica.
Não foi um telefonema, um contato por terceiros, não. Foi o
“Estado-Menor” da oposição em peso, em embaixada, dizer o contrário do que
disse publicamente horas antes.
Foram lá cuidar de prometer-lhe o que para livra-lo – como
diz FHC – de suas “trapalhadas”?
Por sorte, o fotógrafo André Dusek, do Estadão, estava de
plantão, escaldando sob o sol de Brasília, e cumpriu o dever cívico de
registrar para a eternidade o sepultamento moral da comitiva demo-tucana ao
pântano onde está atolado Cunha.
E de onde não pode ser salvo por ninguém que o quisesse
fazer.
É por isso que ele vai ao desespero e já acabou de anunciar
que “a decisão sobre a tramitação na
Câmara de pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff não o impede de
deferir ou indeferir o pedido.”
Ele exige o impossível e vai se atirar ao imponderável,
conduzindo a democracia à morte, como um
Jim Jones enlouquecido. MAIS
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