sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

MÍDIA TENTA ABAFAR TRENSALÃO

Por Miguel do Rosário, 
no blog O Cafezinho:

Quem abrir os principais jornais do país hoje, quinta-feira, esquecerá que o partido que governa São Paulo há mais de vinte anos vivencia um dos maiores escândalos de sua história. No Globo, não há nenhuma menção na capa, e a única notícia no miolo vem com título: “Alckmin pede pressa no caso Siemens”. Ou seja, o viés do jornal em relação ao partido acusado de receber propina é defender o partido. E depois vem falar em isenção.

O governador de São Paulo informa que não afastará os secretários Edson Aparecido (Casa Civil) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). E nenhum colunista rebate a disposição guerreira de Alckmin com observações de que a situação deles ficou “insustentável”, nem repercute comentários da oposição ao governo de São Paulo, como manda o bom jornalismo.

O Globo, aliás, dá a matéria nitidamente de má vontade. Por ele, esse caso nem existia. A matéria é totalmente feita com frases como “segundo a Folha de São Paulo” e “segundo o Estado de São Paulo”, o que significa que a empresa não escalou equipes próprias para cobrir um dos maiores casos de corrupção da história do país, e que movimentou valores bem superiores ao chamado “mensalão”. E não sou eu que digo, e sim Suzana Singer, ombudsman da Folha, em sua última coluna:


“E essa [cobertura do 'trensalão'], que envolve um desvio de dinheiro bem maior que o do mensalão petista, é uma delas.”

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