Em uma reunião de trabalho do grupo
de Direitos Humanos do Governo de Transição, em Brasília, em meados de
dezembro, a deputada gaúcha Maria do Rosário mencionou diversas vezes a
presença de Janja, uma das organizadoras do encontro. Sempre que se referia à
esposa do presidente, chamava-a de primeira-dama,
até que foi interrompida pela própria. “Não precisam me chamar de
primeira-dama, me chamem de Janja mesmo”, pontuou a socióloga, que já andava
incomodada com o título que lhe cabe a partir deste 1° de janeiro.
“Primeira-dama é o quê? Dama? É uma coisa tão patriarcal”, me disse Janja no
dia seguinte à reunião em um almoço em São Paulo. “Já quebrei a cabeça tentando
encontrar um substituto. Já me chamaram de primeira companheira, que também não
gosto. Companheira é uma coisa muito do PT. Sou a Janja.”
Mulher mais influente da política
brasileira hoje, Rosângela Silva, a Janja, quer quebrar protocolos. É uma
mudança de postura que deixa para trás o caráter decorativo do título em uma
transformação que vem embalada nas discussões de gênero e liderança
feminina que passaram a ecoar no mundo todo na última década – e que
ainda não tinham escalado para as mulheres dos presidentes no Brasil. Mais.
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