A Transparência Internacional
afirma, em relatório divulgado nesta terça-feira (31), que ações e
omissões do governo de Jair Bolsonaro (PL)
promoveram um “desmanche acelerado” e um retrocesso no combate à corrupção no
Brasil.
A avaliação faz parte do relatório
global que mede a percepção sobre a corrupção em 180 países. O Brasil ficou em
94ª lugar no ranking mundial, considerado um desempenho ruim pela organização.
Para a entidade, um dos fatores foi
Bolsonaro ter utilizado o mandato, desde o primeiro dia de governo, para se
blindar e blindar a família de investigações sobre denúncias de corrupção
“fartamente comprovadas”.
O ex-presidente também garantiu
proteção, avalia o relatório, ao usar o chamado “orçamento secreto” -- emendas
parlamentares cuja distribuição de recursos é definida pelo relator do
Orçamento e não têm critérios claros ou transparência -- para esvaziar o apoio
à tramitação de processos de impeachment no Congresso Nacional.
A consequência, afirma a entidade,
foi a “destruição” de mecanismos, aparatos e credibilidade de instituições de
controle e fiscalização do país.
No ambiente de retrocesso no
combate à corrupção, os anos Bolsonaro avançaram, segundo avaliação da
entidade, para uma “degeneração sem precedentes” do regime democrático
brasileiro, o que levou o país aos ataques
golpistas nas sedes dos Poderes em Brasília, no início de janeiro.
“Os dois processos, de desmonte do
arcabouço anticorrupção e da degradação da governança democrática, estão
estreitamente relacionados”, indica o relatório Retrospectiva Brasil 2022.
Para a instituição, o retrocesso
dos últimos quatro anos só foi possível graças a interferências do então
presidente em instituições independentes e à omissão de agentes públicos
nomeados por Bolsonaro. Mais.
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