Feira ontem
“Seu Zé” com o
inseparável copo de alumínio, era um louco bastante conhecido na cidade. Frequentava pontos famosos como o
“Café São Paulo” e principalmente o “Abrigo Predileto” na Praça da Bandeira,
pois assim que Teonílio, dono do abrigo,
enchia de café no seu copo, ele colava
na porta da empresa de Gilberto Costa, que era o delegado de polícia, certo de
que ali a molecada não iria abusá-lo.
Conhecido e querido
por todos, inclusive pelos políticos,
foi internado na Colônia Lopes
Rodrigues, e logo se auto denominou
“louco-chefe”, passando a tomar conta dos outros, pois como se diz na
gíria “há sempre um louco cuidando dos bons”.
Repórter furão, Lucilio Bastos contava que existindo na colônia uma mangueira que nunca dava
manga “Seu Zé” fez uma reunião com oito
loucos e combinou:
Olha, minha gente, vocês são mangas maduras. Vão lá para
cima. Quando eu gritar as mangas cai, porque manga madura cai. Uma a uma. Os
oito subiram.
“Seu Zé”, cá de baixo, gritou:
Manga um!
Poff. E um louco se esborrachou no chão.
Manga dois! Manga
três! Manga quatro! Manga cinco! Manga seis! E eles iam se largando lá de cima
e arrebentando-se cá embaixo.
“Seu Zé” gritou: Manga sete!
O sete respondeu:
- “Seu Zé”, chama a manga oito, que eu ainda estou verde...
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