Por Fernando Brito
Da coluna de hoje, na Folha, do mestre Janio de Freitas:
A aparência intempestiva das atitudes dos Bolsonaros é
farsante. Estamos diante de uma trupe como são tantas famílias circenses.
Grosserias, desobediências, postagem nas redes e logo a retirada, os alvos e
temas escolhidos, nada disso é espontâneo. Tudo está combinado, como nos
picadeiros. Com funções distribuídas entre os diferentes estilos entre os
protagonistas. E para uma plateia aparvalhada.
O pai desobedecido e, no entanto, incentivador de novas
sandices do filho tido como o mais destrambelhado, seria bastante para se
duvidar de condutas divergentes. Bolsonaro pai, afinal de contas, se sujeita
aos desgastes de uma situação ridícula e, em país com algum autorrespeito,
desmoralizante. O próprio Bolsonaro pai, porém, dá indicações explícitas de que
o jogo de acusações e o divisionismo pelo insulto são combinados. E articulados
com objetivos ocultos, capazes de justificar o alto custo político e pessoal
para seus persistentes praticantes.
No começo da semana passada, Bolsonaro soltou pequena nota
para dizer que “as recentes declarações” (só as recentes, pois) de um dos seus
guias, Olavo de Carvalho, não contribuíam para “a unicidade de esforços” do
governo. A notinha foi propagada como crítica. Quem difundira dois dias antes,
sábado à noite, “as declarações” de virulência ensandecida, contra as escolas
militares e “os milicos” em geral, foi o próprio Bolsonaro, no YouTube. Para
maior difusão, replicado pelo filho Carlos.
Apesar de possíveis dificuldades, Bolsonaro por certo
entendeu “as recentes declarações” e tornou-as públicas por vontade sua. Não
foi ingenuidade. Assim como havia um propósito na remessa, houve no passo
seguinte de Bolsonaro e do filho. O desagrado de Carlos com a retirada da
postagem de Bolsonaro, consta que por pressão, não foi mais do que outra
ceninha. Seus ataques não cessaram.
Exemplos nessa linha são numerosos. Já é tempo de se
encerrar o papel de tolos manipulados pelas farsas dos Bolsonaros. COMENTÁRIOS
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