Por Fernando Brito
O Brasil não tem mais partidos políticos, é coisa que só não
percebe quem não quer.
Tem agrupamentos, sociedades em comandita, onde alguns
sócios é que têm o poder gerencial e outros apenas partilham a renda gerada.
Por isso, quase nada é sincero e boa parte dos negócios é
feito de forma velada e mentirosa. Ou, ao menos, camuflada.
Tudo isso se passa num universo marcado pelas pressões e
ameaças policiais-judiciais, que funcionam hoje com o mesmo papel que tinham,
nos tempos da ditadura, os órgão de informação. Inclusive, claro, com o poder
de prender e matar, agora, com morte política.
Esta máquina, agora, parece ter começado a se mover em
direção ao último personagem da política parlamentar que restou à direita,
Rodrigo Maia.
A denúncia de que ele e o pai, Cesar, teriam recebido R$ 1,5
milhão da Odebrecht não é nova, mas é reavivada com o pedido de prorrogação das
investigações pelo Ministério Público. Da mesma forma, a delação premiada de um
dos dirigentes da Odebrecht, João Borba Filho, de que entregou R$ 350 mil
pessoalmente a Rodrigo, na casa do
presidente da Câmara é velha de dois anos – veja aqui – é notícia velha de dois
anos.
Essa ressurreição – sem nenhum juízo de valor sobre sua
veracidade – tem toda a pinta de pressão sobre Maia, na hora em que ele é o
senhor do tempo e da extensão da reforma da Previdência.
Não há nada de honesto na política brasileira e a
desonestidade maior nem sempre está presa a doações de campanha.
Há muito dinheiro em jogo, perto do qual este é fichinha.


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