domingo, 28 de abril de 2019

BOLSONARO É O PRODUTO TOSCO QUE A ELITE FABRICOU


Por Fernando Brito

É preciso certa condescendência com Jair Bolsonaro, embora não a suficiente para absolvê-lo do fato de ser o executor de uma política de destruição do país, da mesma forma que não se pode achar que o pistoleiro é o grande culpado pela morte encomendada.

Bolsonaro, a rigor, foi o produto possível de um processo de destruição política do Brasil que pouco tem a ver com ele próprio.

Não passaria, em outras circunstâncias, de um apresentador de tevê  ou rádio vespertino, destes de programas onde se derramam hemorragias do “mundo cão”, ou de um policial-parlamentar de baixa extração, como tivemos aqui no Rio o “Sivuca”, o  delegado que veio da turma dos formadores do Esquadrão da Morte e criador, em 1986, do slogan “bandido bom é bandido morto”.

Seria impensável, nos 40 anos que nos separam de indicação do General João Figueiredo para a Presidência imaginarmos uma figura tão tosca à frente da Nação. E diga-se, sobre Figueiredo, que era grotesco e canhestro, mas não um imbecil.

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