Por Fernando Brito
É preciso certa condescendência com Jair Bolsonaro, embora
não a suficiente para absolvê-lo do fato de ser o executor de uma política de
destruição do país, da mesma forma que não se pode achar que o pistoleiro é o
grande culpado pela morte encomendada.
Bolsonaro, a rigor, foi o produto possível de um processo de
destruição política do Brasil que pouco tem a ver com ele próprio.
Não passaria, em outras circunstâncias, de um apresentador
de tevê ou rádio vespertino, destes de
programas onde se derramam hemorragias do “mundo cão”, ou de um
policial-parlamentar de baixa extração, como tivemos aqui no Rio o “Sivuca”,
o delegado que veio da turma dos
formadores do Esquadrão da Morte e criador, em 1986, do slogan “bandido bom é
bandido morto”.
Seria impensável, nos 40 anos que nos separam de indicação
do General João Figueiredo para a Presidência imaginarmos uma figura tão tosca
à frente da Nação. E diga-se, sobre Figueiredo, que era grotesco e canhestro,
mas não um imbecil.
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