Por Fernando Brito
Tinha escrito, ontem cedo, que
Jair Bolsonaro, “mordido”, usava seus arroubos carnavalescos no Twitter como o
“que pôde ter como resposta publicável” aos xingamentos que recebeu por toda
parte dos blocos carnavalescos.
Não podia imaginar que era tanta
a raiva presidencial que ele chegaria ao ponto que chegou: de distribuir um
vídeo escatológico como prova de que o carnaval de rua é uma reunião de
devassos, imundos e sexualmente promíscuos. E, indiretamente, sugerir que eram
estes os que lhe dirigiram impropérios.
Comportamento indecoroso, de dois
sujeitos em uma rua qualquer, diante de centenas de olhos durante a folia é
caso desagradável que se resolve com delegacia de polícia.
Comportamento indecoroso de um
presidente da República, publicando péssima pornografia em redes públicas,
perante os olhos de milhões de pessoas, resolve-se como?
Em ambos os casos, o problema é
de exposição pública de taras.
No caso dos sujeitos do vídeo, se
chocantes, também irrelevantes.
No caso de Bolsonaro, uma
tentativa abjeta de um chefe de Estado transferir para seus adversários a chaga
de apoiadores da devassidão, usando pornografia.
Temos, além de tudo, um
presidente escatológico.
Com tudo o que isso que isso quer
dizer sobre o julgamento de suas capacidades mentais e morais para dirigir a
vida de 210 milhões de pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário