Por Fernando Brito
Ontem, ao falar na Comissão de Assuntos Econômicos do
Senado, o Ministro da Economia sofismou à vontade dizendo que a reforma da
Previdência era para proteger os mais pobres, usando como argumento o aumento
escalonado das alíquotas para os vencimentos mais altos do serviço público.
Demagogia barata, porque isso representa apenas 2,5% do
dinheiro que visam com as mudanças.
Guedes só se intimidou diante da intervenção do senador
Paulo Paim que, educadamente, o desafiou a provar, nos casos concretos, onde estava
a tal “proteção aos pobres”.
Hoje o UOL publica um exemplo, formulado pelo Instituto de
Estudos Previdenciários que, espero eu, seja repetido diante de Guedes, se este
não faltar outra vez, à Comissão de
Constituição e Justiça.
Um trabalhador de 65 anos de idade, com 20 anos de
contribuição e com média salarial de R$ 2.240,90 receberia hoje 90% da média, e
sua aposentadoria seria de R$ 2.016,81. Com a reforma, a média salarial desse
mesmo trabalhador cairia para R$ 1.899,41. Ele receberia 60% da média, e a
aposentadoria seria de R$ 1.139,65, uma diferença de R$ 877,16.
É isso mesmo, uma perda de 43,5% nos seus proventos.
As perdas só deixam de existir existir – e não totalmente,
porque a média de cálculo abrangerá todas as contribuições, não só as 80%
maiores desde 1994 – quando o cidadão completar 40 anos de trabalho, com 65 de
idade.
Mas tem de mostrar assim, com dinheiro, não com índices,
fatores e percentagens, para que o povão entenda.
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