Por Fernando Brito
No mesmo dia em que 10 meninos tiveram uma morte horrível
nos contêineres onde o Flamengo os alojava, prisioneiros do sonho de se
tornarem jogadores profissionais de futebol, 10 rapazes tombaram para sempre,
também, sob o fogo das armas da PM, numa estreita ladeira, a rua Eliseu
Visconti, que liga Santa Teresa ao Catumbi, ou deveria ligar, porque há vinte
anos todo o bairro sabe que está ali “o movimento” do tráfico de drogas, com
seus “acertos” com a polícia e poucos transitam nela, sobretudo na partes mais
baixas.
Sim, os rapazes, ou a maioria deles, eram traficantes. Não
se vai aqui glamorizar fatos.
Mas também é fato que não nasceram traficantes e, mesmo com idades
bem parecidas, não foram garotos cheios de sonhos como os que perderam a vida
no “Ninho do Urubu”? Entraram para o único time que lhes dava acolhida, o do
crime.
Como também é fato que foram executados dentro de uma casa,
quando estavam se rendendo aos policiais, o que fotos, relatos e circunstâncias
apontam, inclusive o macabro “socorro” prestado, o de levar os corpos ao
hospital, para “desfazer o local” e impedir a perícia.
Perícia para que?
Ana Luiza Albuquerque e Thaiza Pauluze relatam na Folha: AQUI


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