Por Fernando Brito
Há seis meses, parecia à direita (e a muitos setores da
esquerda, também) que Jair Bolsonaro era apenas um tigre de papel, que na hora
certa – seja pela falta de estrutura partidária, tempo de televisão ou por
radicalismo – se dissolveria, dando passagem a um candidato do “centro” ou “do
mercado”.
E que este”salvador”, claro, tinha a ameaçá-lo apenas Lula
que, por isso, teria de ser retirado da disputa pela via judicial, deixando de
influenciar as eleições como uma lâmpada que se apaga deixa de iluminar.
Vai ficando claro, a quatro meses das eleições que
dificilmente será assim.
O clima de guerra e radicalização em que, há vários anos se
incubam os processos eleitorais no Brasil – a rigor, desde que 2006 foi a
primeira esperança frustrada de volta da direita ao poder – espantou tanto que
até os “outsiders” do sistema, Luciano Huck e Joaquim Barbosa, fugiram da
empreitada.
Bolsonaro tem, de fato, limites ditados pela sua boçalidade,
mas o Brasil, está evidente, dá mostras de viver uma época de boçalidade sem
limites. Sua presença num segundo turno já deixou de ser um sonho de imbecis e
de primários para se tirnar um pesadelos para todos os minimamente lúcidos.
De outro lado, a luz que se apagaria, Lula, não perdeu
absolutamente nada de sua capacidade de ser desejada pelo eleitor, mantendo
sempre algo perto de um terço das intenções de voto mesmo quando o dão como
inelegível. CONTINUE LENDO
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