quarta-feira, 6 de junho de 2018

A DIREITA E SEU MONSTRO


Por Fernando Brito
Há seis meses, parecia à direita (e a muitos setores da esquerda, também) que Jair Bolsonaro era apenas um tigre de papel, que na hora certa – seja pela falta de estrutura partidária, tempo de televisão ou por radicalismo – se dissolveria, dando passagem a um candidato do “centro” ou “do mercado”.

E que este”salvador”, claro, tinha a ameaçá-lo apenas Lula que, por isso, teria de ser retirado da disputa pela via judicial, deixando de influenciar as eleições como uma lâmpada que se apaga deixa de iluminar.

Vai ficando claro, a quatro meses das eleições que dificilmente será assim.

O clima de guerra e radicalização em que, há vários anos se incubam os processos eleitorais no Brasil – a rigor, desde que 2006 foi a primeira esperança frustrada de volta da direita ao poder – espantou tanto que até os “outsiders” do sistema, Luciano Huck e Joaquim Barbosa, fugiram da empreitada.

Bolsonaro tem, de fato, limites ditados pela sua boçalidade, mas o Brasil, está evidente, dá mostras de viver uma época de boçalidade sem limites. Sua presença num segundo turno já deixou de ser um sonho de imbecis e de primários para se tirnar um pesadelos para todos os minimamente lúcidos.

De outro lado, a luz que se apagaria, Lula, não perdeu absolutamente nada de sua capacidade de ser desejada pelo eleitor, mantendo sempre algo perto de um terço das intenções de voto mesmo quando o dão como inelegível. CONTINUE LENDO

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