Por Fernando Brito
Família de roça, divisa com Minas, aprendi logo o que era
“légua de beiço”, aquela com que o matuto o estica para dizer que algo “é logo
ali”. E, andando, você descobre que o “logo ali” é longe pra caramba.
Pois o processo de Aécio Neves no Supremo Tribunal Federal,
ao que parece, é como aquela légua: logo ali…
Depois de ter recebido mais e mais prazo do Ministro Marco
Aurélio, Aécio vai colhendo “ajutórios” por toda parte.
Conta-nos o Estadão que a Procuradora Geral da República
Raquel Dodge pediu mais prazo para “diligências” – é bom tirar do dicionário a
definição de que diligência é “urgência ou presteza em fazer alguma coisa” – de
alta complexidade, como obter os registros de entrada e saída de empresas.
E Lauro Jardim, em O Globo, diz que só agora “começaram a
chegar” os registros bancários de Aécio e Andrea Neves.
Recorde-se que o áudio de Aécio pedindo dinheiro a Joesley
Batista e o vídeo do “primo Fred” – o “matável” – vieram a público no dia 17 de
maio do ano passado. Há nove meses, portanto, e o sigilo bancário do senador
mineiro só foi quebrado em meados de dezembro.
Mas este “chegando” é como a légua de beiço, pelo que
informa Lauro: “estão faltando informações do Banco do Brasil, que pediu mais
30 dias de prazo; e do Banco Rural que, em liquidação extrajudicial, pediu mais
120 dias”.
Calma, gente, é só um “cadiquinho” de tempo…
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