quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

RAQUEL DODGE E A CORAGEM DE CHUTAR A MÃES DO CACHORRO MORTO


Por Luis Nassif

Não se pode acusar a Procuradora Geral da República Raquel Dodge de falta de discernimento criminal. Ela é de uma acuidade assustadora, de um entusiasmo pela punição sem risco pessoal à altura dos mais jovens procuradores da República.

Ela descobriu que dois funcionários da Câmara, lotados no gabinete do ex-deputado Geddel Vieira Lima, mas alocados em Salvador, prestavam serviços à sua mãe, Marluce Vieira Lima. Imediatamente, matou a charada:

- A acusada e seu filho Lúcio Quadros Vieira Lima dão perenidade a uma realidade criminosa e lesiva à moralidade e aos cofres públicos que precisa ser freada pela imposição de uma medida cautelar.

​E toca a pedir prisão domiciliar para a matrona. Fantástica Raquel! Além da enorme coragem de chutar cachorro morto, agora chuta também a mãe do cachorro morto e demonstra para seus pupilos que procurador bom é o procurador implacável, que transforma qualquer ilícito em crime grave.

Foi tão descabido o pedido que até resultou em uma resposta de bom senso do neo-implacável Luiz Edson Fachin.

Disse ele: “A descoberta de indícios de prática de outros crimes de lavagem de dinheiro, desprovidos de qualquer notícia de contemporaneidade que sugira a ocorrência de reiteração delitiva a ser enfrentada com a imposição de medidas cautelares, não autoriza, por si só, o deferimento da pretensão ministerial. Por tais razões, indefiro o pedido”.

Agora que Raquel Dodge comprovou que não tem medo de nada, que nada a intimida, nem a idade da pessoa que quer mandar para a prisão, teremos boas novidades, como a prisão de Paulo Preto, de Dimas Toledo, a abertura das contas pessoas de Verônica Serra.
Ou não?

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