Por Luis Nassif
Não se pode acusar a Procuradora Geral da República Raquel
Dodge de falta de discernimento criminal. Ela é de uma acuidade assustadora, de
um entusiasmo pela punição sem risco pessoal à altura dos mais jovens
procuradores da República.
Ela descobriu que dois funcionários da Câmara, lotados no
gabinete do ex-deputado Geddel Vieira Lima, mas alocados em Salvador, prestavam
serviços à sua mãe, Marluce Vieira Lima. Imediatamente, matou a charada:
- A acusada e seu filho Lúcio Quadros Vieira Lima dão
perenidade a uma realidade criminosa e lesiva à moralidade e aos cofres
públicos que precisa ser freada pela imposição de uma medida cautelar.
E toca a pedir prisão domiciliar para a matrona. Fantástica
Raquel! Além da enorme coragem de chutar cachorro morto, agora chuta também a
mãe do cachorro morto e demonstra para seus pupilos que procurador bom é o
procurador implacável, que transforma qualquer ilícito em crime grave.
Foi tão descabido o pedido que até resultou em uma resposta
de bom senso do neo-implacável Luiz Edson Fachin.
Disse ele: “A descoberta de indícios de prática de outros
crimes de lavagem de dinheiro, desprovidos de qualquer notícia de
contemporaneidade que sugira a ocorrência de reiteração delitiva a ser
enfrentada com a imposição de medidas cautelares, não autoriza, por si só, o deferimento
da pretensão ministerial. Por tais razões, indefiro o pedido”.
Agora que Raquel Dodge comprovou que não tem medo de nada,
que nada a intimida, nem a idade da pessoa que quer mandar para a prisão,
teremos boas novidades, como a prisão de Paulo Preto, de Dimas Toledo, a
abertura das contas pessoas de Verônica Serra.
Ou não?
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