O caminhão Mercedes, de cor azul bebê, estaciona e abre as
portas. A motorista, Afrodite, de 68 anos, desce com destreza em cima de um par
de saltos, habilidade conquistada nas décadas em que utilizou o calçado
escondida de todos. Seu vestido é de cor preta, uma forma de luto, em respeito
à morte do homem que foi um dia.
Afrodite nasceu Heraldo Almeida Araújo - nome que consta em
todos os seus documentos -, mas há cerca de seis meses pede para ser chamada
pelo nome feminino, escolhido por conta da admiração que nutre pela deusa grega
do amor, da beleza e da sexualidade.
Em meados do ano passado, decidiu se assumir como crossdresser, prática
na qual homens utilizam roupas e acessórios considerados femininos.
"Desde criança, sempre me senti mulher. Perguntava para
a minha mãe por que meus seios não cresciam e ela dizia que homens não têm
seios. Nunca entendi por que nasci assim", revela....
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