Por Fernando Brito
Procure atentamente nos jornais, caro leitor e gentil
leitora.
Você não irá encontrar nenhuma notícia de movimentação do
Ministério Público no caso do denunciado pagamento de propinas, por dirigentes
da TV Globo, à direção da Fifa pela venda dos direitos de transmissão de
torneios internacionais de futebol.
Ontem, uma nova testemunha, José Eladio Rodriguez,
ex-funcionário da empresa argentina de marketing esportivo Torneos y
Competencias, afirmou que 10% do valor de um dos contratos foi repassado, “por
fora”, para Marcelo Campos Pinto, então diretor-executivo da Globo para a área
de Esportes.
Não se sabe para quem, além dele próprio, o dinheiro era
destinado às ocultas, mas não é possível que tamanha diferença (10%) de um
contrato milionário, pudesse passar despercebida pelos controles de uma grande
organização.
Tanto que, quando o escândalo Fifa estourou, com a prisão do
ex-presidente da CBF, José Maria Marin, em 2015, a Globo tratou de “aposentar”
Campos Pinto.
Agora, ele desapareceu, sumiu na quiçaça, como diz o caboclo
e não dá um pio.
Não de sabe se irá falar, porque, de forma inacreditável, o
Ministério Público não toma a iniciativa de perguntar coisa alguma, embora se
trate de negócios de uma concessão pública, tal como as empresas de ônibus do
Sr. Jacob Barata Filho e, portanto, seus negócios devam estar sempre sob exame
do poder concedente, neste caso a União.
Mas há uma inapetência geral das autoridades públicas e a
Globo nada de braçada no caso, soltando nota atrás de nota dizendo que não sabe
de nada e que, se algo ocorreu, ela, a fonte da propina, foi “vítima”.
Quem há de contestar o que a voz do Olimpo do Jardim
Botânico – sede, aliás, da Sportsmaster, firma de Campos Pinto -que vem da
Vênus Platinada?
Não se vê qualquer reação da procuradora Raquel Dodge,
apesar de instada a agir por uma representação de três partidos (PT,PDTe PSOL).
Limitou-se a mandar para a PGR no Rio, que anda muito ocupada em gravar vídeos
para o Fantástico exibindo as celas de Cabral e Garotinho.
Pauta para investigações não falta e das mais antigas, como
a ameaça de Ricardo Teixeira, ainda em 2011, quando foi abandonado na desgraça
pela Globo, de revelar gravações de diálogos entre ele e Campos Pinto.
Mas, como diz o jingle de final de ano da emissora, “hoje a
festa é nossa”.
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