Por Mauro Santayana
Um juiz de Brasília marcou para o dia 20 de fevereiro do ano
que vem o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo
em que o petista é réu na Operação Zelotes – no caso do desenvolvimento
conjunto com a Suécia dos novos caças-bombardeios Gripen NG-BR – por tráfico de
influência, lavagem de dinheiro e "organização criminosa".
A acusação é absurda por várias razões.
A primeira, porque se dependesse de Lula, a escolha recairia
sobre os caças franceses Rafale, cuja compra ele chegou a sinalizar logo após a
visita do presidente francês Nicolas Sarkozy, em 2009, em troca, entre outras
coisas, da aquisição de 12 aeronaves Embraer de transporte militar KC-390 pela
França.
A segunda é que a decisão foi técnica – e nela os franceses
foram derrotados – e esteve a cargo de uma numerosa comissão de funcionários de
carreira da Força Aérea, como já afirmaram, judicialmente, o atual e o então
ministro da Aeronaútica, brigadeiros Nivaldo Luiz Rosseto e Juniti Saito, em
depoimento.
A terceira, é que a decisão em favor dos caças Grippen não
foi tomada em seu governo, mas sim no governo Dilma Roussef, em 2013, depois
que Lula já tinha deixado a Presidência da República.
Então, o que está por trás desse processo?
A vontade de aparecer, que garante a quem processa Lula, com
rapidez e brilho – mesmo que fugaz – seus cinco minutos de fama?
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