Por Fernando Brito
Separei e editei um trecho do depoimento do velho Emílio
Odebrecht, onde se diz o que não li, com todas as letras, escrito em nenhum dos
jornais e revistas, embora seja uma absoluta verdade.
É o que ele fala, e com conhecimento óbvio de causa, sobre
os métodos de funcionamento do sistema político brasileiro e o conhecimento
geral de todos na mídia e no Judiciário,
sobre como ele funciona.
Funciona – no presente, não no passado – e funcionará,
porque as mudanças que se tende a fazer são para liberar o dinheiro privado –
desde que “legalmente”, o que não tira dele a condição “mágica” de dinheiro – e a destruição do sistema
partidário, que há muito vem sendo construída com a proliferação de siglas de
conveniência, que custam dinheiro e valem maioria e tempo de televisão.
Ou, com alternativas ainda piores, como as antevistas por
Celso Vicenzi, hoje, em seu blog:
Novos tempos, novos assaltos. Velhos coronéis dando lugar a
novos ladrões com discursos moralistas. Como se a densa corrupção brasileira
que sempre serviu aos donos do poder pudesse ser extirpada por um moralismo
igrejeiro e jurisdiquês de Moros, Dallagnols, STF, MP, PF, mídia e tantos
outros que sempre foram justamente os beneficiários de todos os privilégios da
desigualdade social que mantém a maioria do povo brasileiro na miséria enquanto
alguns poucos nadam em regalias.
Escute o que diz o velho Odebrecht.
Desonestidade não é só material. É também moral e ética.
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