Por João Filho
IMAGINE QUE UM SIMPLES
comerciante do interior de Minas Gerais tenha sido preso por participar de um
esquema de vendas de habeas corpus para traficantes de drogas em conluio com um
desembargador.
Imagine que este comerciante seja
primo de um político responsável pela nomeação do desembargador que mais tarde
se tornaria seu comparsa no esquema.
Agora, imagine que o comerciante
e o desembargador tenham sido presos e que o Fantástico tenha feito uma
excelente reportagem de quase 12 minutos sobre o assunto, mas não citou que o
político em questão levava o nome de Aécio Neves (PSDB/MG).
Não precisa imaginar mais nada.
Tudo isso aconteceu entre 2011 e 2012. A possibilidade bastante factível de as
digitais de Aécio estarem presentes no esquema nunca foi sequer cogitada pela
polícia ou pela imprensa. Com todo esse carinho e proteção, o mineiro despontou
na corrida presidencial de 2014 com um duro discurso contra a corrupção e,
poucos meses depois, lideraria a oposição no processo que derrubou a presidenta
eleita.
Essa é uma história real que
pouquíssimos brasileiros conhecem. Por outro lado, muitíssimos têm certeza de
que um dos filhos de Lula é proprietário da Friboi – um boato que ganhou tanta
força que quem ousar contestá-lo corre o risco de ser ridicularizado.
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