segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

DÓRIA E A POLÍTICA SOB A FORMA DO RIDÍCULO

Por Fran Alavina
A obra de Glauber Rocha, a farsa de Berlusconi ou a redução da política contemporânea a publicidade: o que explica melhor as performances do prefeito de São Paulo?

Após o ano do absurdo, 2017 inicia-se como passagem do absurdo ao ridículo. A história política mostra que uma vez alcançado o absurdo fatalmente se chega ao ridículo. Parece ser algo inevitável, como se tratasse de um aspecto imanente aos períodos de decadência dos regimes políticos. Antes que Maria Antonieta ridicularizasse os famintos de Paris, a monarquia francesa havia se refestelado em absurdas pompas e banquetes. Em Roma, Nero não era menos absurdo que ridículo. Se é verdade que na história as coisas se repetem a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa, não se deixe de reconhecer que não há tragédia sem algo de absurdo, nem farsa sem algo de ridículo. É inconteste, pelo menos para aqueles que não perderam o bom senso, que o prefeito de São Paulo vestido de gari é uma das mais ridículas demagogias que já se viu. Não que o nosso atual prefeito seja uma figura política ridícula, porém memorável, como foram Maria Antonieta e Nero. É bem verdade que ante estes personagens maiores, ele é uma figura menor, quase um anão. Certamente, o prefeito Doria será lembrando pelos atos ridículos, porém não tem a realeza da monarca francesa, nem teve como preceptor alguém da envergadura de Sêneca. Todavia, ser anão entre gigantes do ridículo torna-o ainda mais ridículo. MAIS

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