Por Fernando Brito
Na edição desta semana, Veja abre suas páginas amarelas –
cor, como se sabe, próxima do marrom no espectro cromático – para que o
delegado Maurício Moscardi, da Polícia Federal, lamente terem “perdido o
timming” para prender o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Se a Polícia Federal tivesse um comando republicano, o
delegado estaria respondendo a um processo disciplinar, pois não apenas quem
decide prender – fora de flagrantes – é
a Justiça quanto pelo fato de que pedidos de prisões não têm timming, mas
motivos.
Em seu blog, Marcelo Auler, que foi vítima de uma tentativa
de censura deste delegado – que agora se diz arrependido, mas que protagonizou
uma burla jurídica para tentar calar o repórter – , desmonta e reduz a poeira
tudo o que Moscardi diz à Veja que, claro, não se preocupou em checar ou
questionar as contradições do que sua querida fonte falou.
Mas, ao contrário, mostra Auler, “confirmou aquilo que todos
suspeitavam: a Operação Lava Jato, no que se refere ao ex-presidente Luis
Inácio Lula da Silva, importa-se menos com provas do que com presunções.”
Levantamento meticuloso, que vale a pena ser lido em todos
os detalhes, para que se veja em que tipo de mãos está a imagem, a honra e a
dignidade das pessoas neste país.
A ele, modestamente, dou uma singela contribuição: o
repórter responsável pela “entrevista” é o mesmo Ulisses Campbell que
protagonizou a invasão de um condomínio onde moravam parentes de Lula e
noticiou uma falsa megafesta de um sobrinho do ex-presidente. Vê-se, encarnados
nele, os critérios de “merecimento” e “seriedade” praticado pela revista. (Comentários)
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