Feira ontem, 1924
Adquirido pela
Fundação Senhor dos Passos quando já estava desabitado, e transformado em uma
das opções principais da cidade para eventos especiais e solenes, vale a pena
falar um pouco do nascimento do palacete também conhecido como Vila Fróes da
Motta, residência do líder político Eduardo Fróes da Motta
Localizado na esquina da Praça Coronel Agostinho Fróes da
Motta com a Rua General Câmara, o palacete foi inaugurado no sábado, 6 de setembro de 1924, ganhando
destaque no jornal Folha do Norte que circulou no mesmo dia, e principalmente
na edição do sábado seguinte, nas páginas 1 e 4.
Foi uma grande festa com direito a celebração de missa na
capela construída dentro da mansão, além de batismo e a presença das
filarmônicas “25 de Março”, “Victória” e “Euterpe Feirense”.
A noite aconteceu o Baile da Inauguração animado por uma
destacada orquestra de Salvador, a Capital do Estado, ou “da Bahia” como se
dizia antigamente. No dia seguinte foi a vez dos filhos de Eduardo Motta
oferecerem festa matinal aos meninos seus colegas.
Sobre a mansão de Eduardo Fróes da Motta a pintura teve o
comando do artista plástico Henrique Amaral, na época um dos mais famosos,
obedecendo a seguinte ordem:
“O salão em estio Luiz XV, a sala de música em estilo
pêle-mêle, no planfond, uma alegoria musical e nas paredes os retratos de
alguns dos principais musicistas e
compositores da fama universal como Carlos Gomes, Mozart, Gound, Beettoven,
Chopin e outros, inclusive Francisco Manuel, inspirador compositor do Hino Brasileiro; sala de jantar em estilo
renascença francesa, entrada em renascença no reruizado; capela no sentido
gótico; varanda, teto em fantasia, e nas paredes, paisagens de-corativas. O
palacete é considerado um relíquia histórica, apesar de não ser tão antigo,
pois inaugurado em 1924
A inauguração do palacete, segundo a edição do jornal Folha
do Norte do dia 13 de setembro, teve a seguinte programação:
Dia 6 – Benzimento da bandeira e seu hasteamento erguido no
centro do jardim, seguindo-se a benção da capela; missa pelo vigário Cônego
Tertuliano Carneiro da Silva e batismo das crianças, Agostinho, filho de
Eduardo Mota, João Edward e Helenita, filhos de Arthur Assis.
Depois de uma taça de champagne a Filarmonica 25 de Março
executou bonitas partituras sob a regência do musicista cel. João Barbosa de
Carvalho, com a presença da Associação Santa Cecília.
À noite baile comandado pela Filarmonica Euterpe com as
presenças das senhoras, cavalheiros e senhorinhas, entre os primeiros Leolindo
Ramos, Amadeu Saback, Euclides Martins,
Mário Ramos, Gil Cerqueira Pinto, Anísio Teixeira, Alves Boaventura, Mel.
Pimentel, Macário Cerqueira, Hildebrando Cordeiro, Henrique do Amaral, José
Olimpio da Silva, Gonçalo Alves Boaventura, Arthr Assis, David Lima, Valentim
Júnior, Saturnino Oliveira, Antenor Martins, Camilo Lima, Mel. Portugal, João
Aguiar, Agnelo Santos e Alfredo Fonseca.
Entre as senhorinhas, Julieta Martins, Analie e Almerita
Cohin, Davina Tetina, Almerinda e Glória Barbosa Carvalho, Morena Teles, Ester
Presídio, Zenita Saback, Alzira Santos, Adilia Pereira, Isaura Cisne, Guiomar
Pereira, Luizinha de Sena Assis, Helena de Sena Assis Georgina de Melo Lima,
Edite Ventura, Áurea Souza, Rosalva Fiúza, Marinha Cerqueira, Aurelina Silva,
Amália Moscazo, Marieta e Marianina
Cohin, Juventina e Lulu Silva Lima, Maria Pimentel, Eliabete Falcão, Amélia
Brito, Iaiá e Zizi Portugal, Elizabete Pitombo, Noêmia Cohin, Maita Cerqueira
Pinto, Eunice Boaventura, Cecília Vitória, Odília Simões, Nair Lourdes
Frutuoso, Clarinda Campost e Marilia Carneiro.
Dia 7 – Festa oferecida pelos filhinhos de Eduardo Motta.
Tocou a Euterpe Feirense, houve exibição cinematográfica e distribuição de
presentes, chá às orfãzinhas do Asilo Nossa Senhora de Lourdes e a noite
reunião dançante.
Dia 8 – Jantar oferecido aos presos da cadeia pública, após
um concerto pela pianista Georgina de Melo Lima e o instrumentista e
compositor Claudionor Wanderley. À
noite, festa dançante com um conjunto musical da Capital. (Adilson Simas)




Nenhum comentário:
Postar um comentário