Não resisto à apresentação já desnecessária do Jari da
Rocha, colaborador deste blog, porque ele toca num ponto que a mim incomoda ao
extremo: a superficialidade hipócrita de um “politicamente correto” com que o
cinismo se disfarça.
Ele reage à incrível história das reações contra um casal
que, fantasiado de Aladim e Jasmine, vestiu no filho trjes de Abu, o macaquinho
que acompanha o herói da lenda árabe. Foi o que bastou para que fossem chamados
de racistas por gente que, ao contrário deles, nunca teve a coragem de adotar
uma criança e ainda mais, uma criança negra, para a qual milhares de casais
candidatos à adoção torcem o nariz.
Não haveria nenhuma reação se a criança estivesse de rato
Mickey, de porca Peppa Pig, de vaquinha da Parmalat ou de cachorro Pateta.
Macaco de filme Disney e musical da Broadway, não pode? Não sabia, porque
quando os meus hoje adultos eram pequenos e minhas pernas resistiam, cansei de
brincar imitando macaco, puxando orelhas, fazendo cócegas e arrancando risadas.
Depois, com o mais novo, cantando o lindo “Macaquinho sai daí“, da Bia Bedran,
para ele ir dormir na sua própria cama.
Isso nada tem a ver com a ofensa racista, inegável e odiosa,
da palavra dita com o ódio da desqualificação humana.
Ah, francamente, temos racismo e discriminação demais neste
país para ficar enchendo o saco de uma família que, evidentemente, só estava
curtindo sair fantasiada em conjunto, estreitando mais seus laços.
Por isso, subscrevo tudo o que diz Jari contra a
simplificação irracional, contra um ato de integração, de amor e identidade de
um casal de pais que vai brincar o Carnaval com o filho, cheios de alegria e
recebe uma saraivada de ódios.
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