quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

QUANDO O “POLITICAMENTE” CORRETO É ESTÚPIDO, POR JARI DA ROCHA

Por Fernando Brito

Não resisto à apresentação já desnecessária do Jari da Rocha, colaborador deste blog, porque ele toca num ponto que a mim incomoda ao extremo: a superficialidade hipócrita de um “politicamente correto” com que o cinismo se disfarça.
Ele reage à incrível história das reações contra um casal que, fantasiado de Aladim e Jasmine, vestiu no filho trjes de Abu, o macaquinho que acompanha o herói da lenda árabe. Foi o que bastou para que fossem chamados de racistas por gente que, ao contrário deles, nunca teve a coragem de adotar uma criança e ainda mais, uma criança negra, para a qual milhares de casais candidatos à adoção torcem o nariz.
Não haveria nenhuma reação se a criança estivesse de rato Mickey, de porca Peppa Pig, de vaquinha da Parmalat ou de cachorro Pateta. Macaco de filme Disney e musical da Broadway, não pode? Não sabia, porque quando os meus hoje adultos eram pequenos e minhas pernas resistiam, cansei de brincar imitando macaco, puxando orelhas, fazendo cócegas e arrancando risadas. Depois, com o mais novo, cantando o lindo “Macaquinho sai daí“, da Bia Bedran, para ele ir dormir na sua própria cama.
Isso nada tem a ver com a ofensa racista, inegável e odiosa, da palavra dita com o ódio da desqualificação humana.
Ah, francamente, temos racismo e discriminação demais neste país para ficar enchendo o saco de uma família que, evidentemente, só estava curtindo sair fantasiada em conjunto, estreitando mais seus laços.
Por isso, subscrevo tudo o que diz Jari contra a simplificação irracional, contra um ato de integração, de amor e identidade de um casal de pais que vai brincar o Carnaval com o filho, cheios de alegria e recebe uma saraivada de ódios.

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