Surpreendentemente, o Ministério da Justiça anuncia que a
Polícia Federal abrirá inquérito sobre as supostas remessas de dinheiro de
Fernando Henrique Cardoso para empresa tão amiga que mereceria incorporar-se a
seu nome: Fernando Brasif Cardoso.
Não haveria nada de errado – muito ao contrário – em que FHC enviasse dinheiro ao exterior para
manter seu até então suposto filho.
É só fazer uma ordem de pagamento internacional, operação
legítima e acessível a qualquer pessoa que tenha conta bancária.
Portanto, se Fernando Henrique o fez, nada mais fácil de
comprovar: bastam os registros bancários pessoais.
Só que nestes não existem as transferências e o contrato
furreco de prestação de serviços de Mirian à Brasif não resiste a um peteleco.
Em si, uma mixórdia.
Mas um tapa na hipocrisia reinante que quer incriminar um
ex-presidente por uma churrasqueira e um par de pedalinhos.
Bem ao nível em que colocaram este país: o de fofocas
moralistas, com trocadilho.
Lembrem-se, porém, que a Al Capone se fisgou pelo Imposto de
Renda.
Francamente, pelos precedentes do nosso ministro da justiça
(assim, sem maiúsculas) mais parece que
se trata de uma “cobertura” para um “republicanismo” farisaico.
Mas, estes processos, quando se põem em marcha, são
imprevisíveis.
Nunca pensei que o jornalismo político fosse virar redação
da “Caras”.
E foi a elite – fina, culta, engomadinha – que nos levou a
este clima de vila de subúrbio, que conheci de viver.
Garanto que se houver alguém com coragem de dizer “chega!” a
esta lameira, será ouvido.
O povo brasileiro, em meio a suas carências, problemas e
dificuldades, está louco para que alguém reaja a isso.
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