sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

GASTAR MEIO MILHÃO NESTA LOJA EM UM MÊS E MEIO? SERÁ QUE A FOLHA CONSEGUE?

Por Fernando Brito

Vivemos no império do jornalismo de escândalos e da fofoca, onde qualquer um, por motivos sabe-se lá quais, pode dizer o que quiser, desde que seja sobra “a-empreiteira-ajudou-o-amigo-do-sócio-do-filho-do-Lula” e isso será publicado furiosamente como manchete.

Ontem – veja o post anterior – foi “sei que era da família do Lula porque o porteiro me disse que era e o rapaz do outro apartamento também comentou”. Hoje é a incrível história do “material de construção” do sítio que seria usado por Lula, manchete da Folha.

A ex-dona (ex, não é mais, portanto) de uma modesta loja de materiais de construção, a Depósito Dias, que você vê aí na foto, diz que vendeu R$ 500 mil em material para a reforma do sítio. Como os pagamentos eram entre “R$ 75 mil a 90 mil por semana, em dinheiro vivo”, supõe-se que as vendas se deram em cerca de um mês e meio.

Não sei se o leitor já teve a experiência de construir um casa, eu já (toc,toc, toc) tive.

É impossível gastar este valor em uma loja de materiais básicos de construção como esta, neste prazo.

Qualquer empreiteiro de casinhas de veraneio sabe disso.

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É evidente que isso não prova que a Odebrecht não pagou a obra, mas igualmente não prova que a pagou e, quando se acusa, é isso o que precisa ser feito: provar.

O ridículo, porém, é que a história não bate com a lógica.


Afinal, será que a Odebrecht chegou a ser uma das maiores construtoras do mundo, com filiais em dezenas de países, capaz de fazer estradas e barragens no meio de desertos e de selvas,  comprando do Depósito Dias e sem ter uma subempreiteirazinha capaz de fazer quatro suítes e uma churrasqueira a seu pedido? CONTINUE LENDO



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