sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A MICARETA SEM "LIVRO DE OURO”

Feira ontem, 1971
Antes coadjuvante, a prefeitura resolveu assumir todos os encargos da micareta substituindo a tradicional “comissão da festa” e com ela o famoso “livro de ouro” que arrecadava recursos para  a folia momesca. A decisão foi do prefeito Newton da Costa Falcão ainda no primeiro ano do seu governo, iniciado em 1971.

O prefeito criou na estrutura do seu gabinete uma Diretoria Extraordinária para bolar a micareta, entregando a tarefa ao professor e historiador Arlindo Pitombo. Marcada para o período de 16 a 20 de abril, imediatamente teve inicio uma série de reuniões com blocos, escolas de samba e cordões, entre estes, o “Ali Babá”, mais famoso da cidade.

No domingo, 4, duas semanas antes da folia,  em grande festa coordenada pelo jornalista Oydema Ferreira, nos salões da Euterpe Feirense, foi escolhida  Maria Suely Pinheiro de Castro, candidato do bloco “Os Psicodélicos”, como a rainha da micareta.

Nos blocos com suas mortalhas coloridas, nos trios arrastando a multidão e nos salões dos clubes sociais especialmente Tênis, Euterpe e Cajueiro, algumas musicas carnavalescas se destacaram, entre elas “Bloco da Solidão” da dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim e que teve muitos  interpretes - Altemar Dutra, Maysa Matarazzo, Jair Rodrigues, Mona Gadelha e outros. Recordemos a obra da dupla:

Angústia, solidão/Um triste adeus em cada mão/Lá vai, meu bloco vai/Só desse jeito é que ele sai/Na frente sigo eu/Levo um estandarte de um amor/Amor que se perdeu/No carnaval lá vai meu bloco/E lá vou eu também/Mais uma vez sem ter ninguém/No sábado e domingo/Segunda e terça-feira/E quarta-feira vem/O ano inteiro é sempre assim/Por isso quando eu passar/Batam palmas para mim...


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