Por Fernando Britto, no TIJOLAÇO
No Facebook, o sempre arguto
professor Nílson Lage pergunta, um tanto quanto desolado, o que seria o Brasil
“pós-golpe”, dado os predicados mostrados, na prática, pelos principais
protagonistas da tentativa de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff.
O cenário é, de fato, mais que
desolador.
Os governos estaduais dos tucanos
Geraldo Alckmin e Beto Richa são exemplos de algo que não seja o descalabro?
São Paulo entalada por uma crise
hídrica que não tem fim, secando torneiras e investimentos – você montaria uma
fábrica ali para ficar sem água para produzir? – e agora esta festinha do
“cheira e fuma; um baseado para três” do PCC em plena penitenciária? Já
pensaram estas imagens vindas de um presídio federal?
Mas está tudo bem, é claro que
centenas de presas se reuniram numa festa barulhenta, regada a cocaína, no
pátio interno do presídio sem que as autoridades soubessem de nada, não é?
No Paraná, o Estado falido, sem
dinheiro algum, que nota teria da Standard & Poors? ZZZ menos? Lá, como se
sabe, o “ajuste fiscal” é feito a porrete e cassetete.
Ou seria melhor o medíocre
Sartori, do Rio Grande do Sul, parcelando a perder de vista os salários dos
servidores e deixando professores e policiais em casa por falta de dinheiro
para a condução?
E a política, recuperada para os
valores éticos, morais e humanistas, capitaneada por gente como Eduardo Cunha e
Jair Bolsonaro? Com o primeiro, teríamos a garantia de que não haveria
propinas, não se tomaria dinheiro em obras públicas . Do segundo, porque não
esperar um ambiente de tolerância, de decoro, de moderação e equilíbrio, com o
respeito a todos e a defesa intransigente da liberdade e da democracia?
E as ruas, que oceano de paz e
tranquilidade! Quem sabe aquele camarada do Revoltados Online vire uma espécie
de zelador dos bons costumes e todos possam andar calmamente, desde que não
usem camisas vermelhas (coisa de comunista) ou cor de rosa (coisa de gay) e
todas as mulheres tenham de tingir o cabelo de louro?
Os juízes, salvadores do Brasil,
terão um reajuste nos seus vencimentos digno de sua divindade e que lhes
permita, como defendeu o Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo,
comprar seus ternos em Miami. Aproveitando a viagem, ainda vão auscultar ali os
sentimentos vivos da Nação, entre uma sacola e outra de bugigangas nos
shoppings locais.
Aproveitaremos para abolir o
desfile de Sete de Setembro – aquele que Fernando Henrique Cardoso disse, na
revista Piauí, ser “uma palhaçada” – e o
substituímos pelo “Brazilian Day” lá mesmo nos States, com direito a
dissertações de Fábio Júnior sobre onde colocar o dedo perdido de Lula…
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