Por Wilson Ferreira
Será que a culpa é da Internet? Ou as séries do Netflix
seriam as culpadas? Será que o gênero é uma vítima do sucesso das tecnologias
de convergência? São vários os diagnósticos do porquê da atual crise de
audiência do principal produto da TV Globo – as telenovelas. Talvez sejam
diagnósticos muito apressados por conterem o desejo político pelo fim do
monopólio da Globo. Mas as pesquisas qualitativas com telespectadores feitas
pela própria emissora têm uma pista: falam em “teledramaturgia pesada” e
“desesperança” desde a novela “Em Família” . Em sua escalada oposicionista a
Globo recruta as telenovelas como mais uma bomba semiótica, rompendo o sutil
equilíbrio entre romantismo e realismo, projeção e identificação que sempre
marcou o sucesso do gênero – a ficção deve agora reforçar subliminarmente o
“quanto pior, melhor” do telejornalismo. A Globo estaria vivendo o efeito
colateral da sua condição esquizofrênica: ser uma empresa e ao mesmo tempo um
partido político.
Mal recuperou-se da crise de audiência que obrigou a
descaracterizar e encurtar às pressas a telenovela Babilônia, e o núcleo de
teledramaturgia da Globo passa a viver novo sobressalto: reuniões foram
convocadas às pressas para entender o problema da baixa audiência na estreia de
A Regra do Jogo, nova produção do horários das 21 horas.
"Babilônia" em crise: personagem Carloa Alberto deixa de ser gay para tentar recuperar a novela
A Regra do Jogo teve a pior início na história das
telenovelas globais (31 pontos, enquanto as antecessoras Babilônia (33),
Império (32), Em Família (33), Amor à Vida (35), Salve Jorge (35), Avenida
Brasil (37), Fina Estampa (41), Insensato Coração (36), Passione (37), Viver a
Vida (43), Caminho das Índias (39) e A Favorita (35) se saíram melhor. MAIS
Em Família" e a cena do estupro na van:
repercutindo pautas do telejornalismo





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