Por Fernando Brito
Ainda não entendi onde está o
“escândalo” noticiado hoje por O Globo, com a “revelação” de um memorando em
que um funcionário de 4° escalão do Ministério das Relações Exteriores,
diplomata de carreira, pergunta a um funcionário de 3° escalão se é conveniente
reavaliar o grau de classificação de “reservado” que tratem das viagens do
ex-presidente Lula ao exterior.
Eu sou do tempo em que havia até
um personagem de Agildo Ribeiro que usava o bordão “perguntar não ofende”.
A reclassificação não foi feita e,
nos termos da lei, só poderia ser feita pelo próprio Ministro, pois os
funcionários em questão sequer têm poder para classificar documentos como
secretos.
Portanto, toda a notícia se
baseia, para continuar nas metáforas televisivas, no jornalismo “Viúva
Porcina”, novela cujo subtítulo era “a que foi sem nunca ter sido”.
Mas o que o jornal especula, grifo
eu, se desmancha no que ele próprio escreve:
“Se a reclassificação cogitada
pelo DCD for feita, os documentos requeridos pelo jornalista passarão a ter o
sigilo estendido em até dez anos”.
“Se”, “cogitada”, “for feita”.
Viúva Porcina, puro.


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