terça-feira, 16 de junho de 2015

MÃO QUE APEDREJA CRIANÇAS SÓ TEM FÉ NA MALDADE

Por Fernando Brito

Do jornal O Dia:
“Com apenas 11 anos de idade, K. conheceu a intolerância religiosa na noite de domingo de forma dolorosa. A menina, iniciada no Candomblé há quatro meses, seguia com parentes e irmãos de santo para um centro espiritualista na Vila da Penha, quando foi atingida na cabeça por uma pedra, atirada, segundo testemunhas, por um grupo de evangélicos. Ainda segundo os relatos, momentos antes, eles xingaram os adeptos da religião de matriz africana.

“Eles gritaram: ‘Sai Satanás, queima! Vocês vão para o inferno’. Mas nós não demos importância. Logo depois, o pedregulho atingiu minha neta e, enquanto fomos socorrê-la, eles fugiram em um ônibus”, contou a avó da menina, Kathia Coelho Maria Eduardo, de 53 anos, conhecida na religião como Vó Kathi”.

Está na hora de as igrejas protestantes de gente de bem – e não de picaretas fanatizadores – lembrarem o que fez a intolerância religiosa contra eles próprios. A Noite de São Bartolomeu, na França, a Grande Expulsão, na Inglaterra, os conflitos armados na Alemanha e as que envergonham – como envergonha a Católica a barbárie da Inquisição – a própria história do protestantismo, como o massacre de Salem, no século 18, no EUA.

Porque, seja qual for a religião ou a não-religião, quem apedreja uma criança não o faz em nome da fé.

E que, se disser que tem alguma, certamente não é em algum deus que deva ser cultuado.

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