Ricardo Melo
Da Folha
Na teoria democrática formal, parlamentares são
representantes do povo. Pura fantasia. O Brasil prova o tamanho da falácia.
Sem consultar ninguém, deputados e senadores passaram a
legislar sofregamente sobre mudanças constitucionais. Sob a liderança do cruzado
Eduardo Cunha, o plenário da Câmara vota a toque de caixa modificações que
interferem no já limitado direito do povo de decidir os rumos do país.
Brasília abriga neste momento uma espécie de constituinte
pirata, destinada a preservar privilégios presentes e "corrigir"
escorregões como o da reeleição.
O princípio, adquirido a peso de ouro para eternizar FHC e
sua trupe no poder por anos e anos, como dizia Sérgio Motta, deu errado.
Resultou em anos de administração petista. Mesmo sem entrar no mérito deste
período, tem-se a velha história do feitiço traindo o feiticeiro.
Agora, chega. No caldeirão do Cunha, cabe tudo. Mandato de
cinco anos, fim da reeleição, doações empresariais, voto obrigatório. CONTINUE LENDO



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