Por Fernando Brito
A pichação diante do apartamento de Jô Soares não pode ser deixada na
conta das “brincadeirinhas”.
Se eu escrevesse aqui “morra Fulano” – e não escrevo porque não quero
matar ninguém – eu seria processado criminalmente.
O “coxinha” nazista, ou o grupinho deles que pichou a frase (certamente
tinha mais de um, vigiando se passava alguém) não deve receber diferente
tratamento do que eu teria.
Aliás, mais grave ainda, porque conjugado a dano material no patrimônio
público, o que não tem um texto.
Jô Soares pode, como qualquer um de nós faria em outras circunstâncias,
não pretender processar.
Mas as autoridades públicas e as corporações comprometidas com a
liberdade de imprensa e das regras democráticas de convívio precisam vir à
publico pedir que se responsabilize quem
faz isso.
Porque a distância entre pichação, intenção e gesto agressivo está
ficando cada vez menor no Brasil.
A cultura do ódio, que instilaram na sociedade toma conta de cada vez
mais gente microcéfala, e não estão faltando provas disso: agressões,
humilhações e, agora, até o vandalismo no túmulo de Chico Xavier.
Exatamente como fazem os neonazistas com as sepulturas judaicas, mas com
o mesmo sentido contra a memória de um espírita.
Não dá para levar na brincadeira.
Mesmo que Jô Soares não se preocupe quanto a si, amanhã será com outro
sem suas condições de reagir e exigir providências.
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