Por Saul Leblon
Danuza Leão, que foi esposa de Samuel Wainer, o criador do Última Hora - principal veículo de resistência ao cerco udenista contra Vargas nos anos 50, lamenta a ascensão do consumo de massa no Brasil.
Não por ter restrições ao consumo. Mas porque ficou difícil 'ser especial' nesses tempos em que 'todos têm acesso a absolutamente tudo, pagando módicas prestações mensais', explica na coluna que assina na Folha.
Musicais na Broadway perderam a graça, afirma, não pelo gosto duvidoso do que se oferece ali. "Por R$ 50 mensais, o porteiro do prédio também pode ir", lamenta-se.
O desencanto algo patológico com o Brasil de Lula inclui outras versões de apelo não tão exclusivista.
O porteiro do prédio neste caso é a 'corrupção de massa' que o PT teria promovido, segundo os críticos, num aparelho de Estado antes depenado com elegância pelos donos do país.
A virtude que se cobra da esquerda não é um dote imanente a porteiros que viajam a prestação ou a governantes eleitos pelos pobres. Virtuosas devem ser as instituições.
Mas o partido que pretende mudar a sociedade tem a obrigação de associar à luta econômica o combate por ideias emancipadoras que ampliem o horizonte subjetivo para além do consumismo. (LEIA MAIS AQUI)
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