quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A VIRTUDE E O PORTEIRO DE LULA


Por Saul Leblon

Danuza Leão, que  foi esposa de Samuel Wainer, o criador do  Última Hora - principal veículo de resistência ao cerco udenista contra Vargas nos anos 50, lamenta a ascensão do consumo de massa no Brasil. 
Não por  ter restrições ao consumo. Mas porque ficou difícil  'ser especial'  nesses tempos em que  'todos têm acesso a absolutamente tudo, pagando módicas prestações mensais', explica na coluna que assina na Folha. 
Musicais na Broadway perderam a graça, afirma, não pelo gosto duvidoso do que se oferece ali. "Por R$ 50 mensais, o porteiro do prédio também pode ir", lamenta-se. 
O desencanto algo patológico com o Brasil de Lula inclui outras versões de apelo não tão exclusivista. 
O porteiro do prédio  neste caso é a 'corrupção de massa' que o PT teria promovido, segundo os críticos, num aparelho de Estado antes depenado com elegância pelos donos do país. 
A virtude que se cobra da esquerda não é um dote imanente a porteiros que viajam a prestação ou a governantes eleitos pelos pobres. Virtuosas devem ser as instituições. 
Mas o partido que pretende mudar a sociedade tem a obrigação de associar à luta econômica o combate por ideias emancipadoras que ampliem o horizonte subjetivo para além do consumismo. (LEIA MAIS AQUI)

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